Você não trabalha com e-mail marketing. Mas deveria.
O canal mais subestimado do digital ensina lições valiosas sobre influência, timing e confiança.
A mensagem às terças-feiras.
Ele não usava disparador de e-mail, não sabia o que era CTR e nunca ouviu falar de automação baseada em comportamento. Mas toda terça-feira, às 12h01, enviava um e-mail para uma lista de pessoas que voluntariamente haviam pedido para ouvi-lo.
O e-mail era simples. Um parágrafo de reflexão, uma história de bastidor, às vezes um trecho de um livro. E, quase sempre, uma pergunta no final: “O que você vai fazer com isso hoje?”
Ele era um médico do interior.
Mas agia como se fosse um criador de comunidade.
Três anos depois, ele tinha mais que pacientes. Tinha fãs. Pessoas que confiavam nele. Que o indicavam. Que se sentiam cuidadas — mesmo quando não estavam doentes.
Na superfície, ele “só” escrevia e-mails. Mas, no fundo, ele entendia algo muito mais profundo:
Nos bastidores de um bom e-mail está alguém que entende mais sobre gente do que sobre tecnologia.
E é por isso que esse artigo não é (só) para profissionais de marketing.
É para qualquer pessoa que precisa mover outras — com palavras, intenção e tempo.
O e-mail como janela para o comportamento humano
Muito antes de ser canal de performance, o e-mail foi — e ainda é — um canal de relação.
É onde a pessoa do outro lado não está “scrollando”. Ela está lendo.
E isso muda bastante coisa.
O marketing digital nos ensinou a buscar atenção com urgência. Mas o e-mail pede outra coisa: consistência e intenção. Ele não é sobre viralizar. É sobre estar presente, semana após semana, com algo que vale a leitura.
Quem domina o e-mail marketing com maestria entende que:
A atenção é limitada e precisa ser conquistada todos os dias.
O valor entregue precisa superar o ruído das redes sociais.
E que “abrir o e-mail” é, hoje, um ato de confiança.
É por isso que, mesmo em 2025, com IA escrevendo textos em segundos e redes sociais entregando conteúdo em milissegundos, o bom e velho e-mail continua insubstituível.
E, no marketing, é um investimento que se paga.
Ele oferece um dos melhores ROIs do mercado digital, com retorno médio na casa de R$40 para cada R$1 investido, sendo acessível para empresas de todos os portes.
Pare para pensar: Quantos e-mails você lê por dia?
Cinco truques que bons profissionais de e-mail marketing conhecem — e talvez você ainda não
Aqui vão alguns princípios que esses profissionais conhecem, e que podem ser úteis para todos nós:
1. O timing é mais valioso que o design
O melhor assunto do mundo enviado antes do lead estar pronto... é invisível.
E a oferta perfeita enviada depois da janela de intenção... não vai funcionar.
Um bom e-mail é disparado com contexto:
Se o lead baixou um material técnico → ele pode estar explorando um problema.
Se clicou em uma oferta → pode estar próximo da decisão.
Se está inativo há 60 dias → é hora de reengajar com valor, não com desconto.
“Timing certo com mensagem errada ainda pode funcionar.
Mensagem certa no timing errado... quase nunca.”
2. Segmentação é o novo storytelling
Em vez de contar uma única grande história para todos, os melhores profissionais contam múltiplas histórias, sob medida.
Eles sabem que:
Um CFO quer impacto no EBITDA.
Um gerente quer agilidade operacional.
Um analista quer saber se vai dar trabalho.
Cada um vive uma narrativa diferente — mesmo que estejam comprando o mesmo produto.
“Quem segmenta bem não só aumenta conversão.
Gera respeito.”
3. O tom certo vale mais que o CTA certo
Existem e-mails lindos que não vendem.
E e-mails com texto puro que mudam o resultado da empresa.
A diferença? Tom. Voz. Linguagem.
Os melhores e-mails soam como uma conversa — não como um anúncio.
Eles não começam com “Prezado(a) cliente”, mas com “Quero compartilhar algo que pode te poupar tempo.”
Eles não gritam: “Compre agora!” — mas perguntam: “Será que isso resolveria seu problema?”
Ann Handley costuma dizer:
“Escreva como se fosse para um amigo ocupado.”
4. Métricas de vaidade sabotam boas decisões
Se a taxa de abertura da sua campanha foi 42%, parabéns.
Mas… e depois?
Não se apegue às métricas que brilham — e sim às que movem o negócio, por exemplo:
Taxa de conversão por segmento.
Número de MQLs gerados por campanha.
Taxa de engajamento por tipo de conteúdo.
Eles se fazem perguntas como:
“Será que um estudo de caso converte melhor que um checklist nessa etapa da jornada?”
5. O e-mail é um laboratório. Quem escreve é o cientista.
Cada campanha é um experimento. Cada automação é uma hipótese testada.
Os melhores profissionais de e-mail pensam como growth hackers:
Observam padrões.
Testam variáveis.
Aprendem rápido.
Melhoram.
“Quem trata e-mail como arte é inconsistente.
Quem trata como ciência é escalável.
Quem trata como os dois… vira referência.”
Você não trabalha com e-mail marketing? Tudo bem, ainda assim, isso é sobre você.
Talvez você ache que e-mail marketing é coisa de quem vende software ou curso online.
Mas a verdade é: se você lidera, ensina, vende, educa ou influencia... você faz e-mail marketing.
Só que talvez ainda não tenha percebido.
Quando um CEO escreve uma carta mensal para sua equipe ou acionistas, ele está praticando os princípios da boa comunicação por e-mail: clareza, ritmo, narrativa e confiança.
Quando um vendedor cria sequências personalizadas para diferentes tipos de cliente, ele não está “automatizando o pitch”. Está respeitando o tempo, o contexto e a maturidade de cada conversa.
No fundo, todo profissional que precisa influenciar — de forma ética, escalável e humana — pode aprender muito com quem domina o e-mail marketing.
A arte esquecida de escrever para alguém
Pense sobre isso.
🟡 Quem são as pessoas que você quer — ou precisa — influenciar?
🟡 O que você tem a dizer que realmente vale ser lido?
🟡 E se você tivesse que manter a atenção delas com uma única mensagem por semana... o que escreveria?
Se você responder essas perguntas com verdade,
você não está “fazendo e-mail marketing”.
Você está construindo confiança em escala.
Está praticando a esquecida arte de escrever… para alguém.